sexta-feira, 3 de novembro de 2017

CENA BAURUENSE (166)


PREFEITO GAZZETTA, DEPUTADO PAULO TEIXEIRA E NA MESA DE NEGOCIAÇÃO A ÁREA DO ESTRELA DE DAVID

A história eu conto como me foi contada por um morador do lugar. O acampamento localizado ali depois do Mary Dota, perto do lago, uns três quilômetros do bairro, numa espécie de condomínio já com ruas asfaltadas, denominado pelos ocupantes do lugar como Estrela de David tem uma história remontando desde os tempos do Governo Izzo Filho. Foi ele quem adquiriu a área e a incorporou à Prefeitura com o intuito de ali criar uma área residencial para servidores públicos municipais. A intenção foi boa, mas Izzo não teve tempo de levar adiante seu projeto. Vieram Nilson Costa, Tuga Angerami e depois Rodrigo Agostinho. No governo deste, bauruenses ligados ao MSLT – Movimento Social de Luta dos Trabalhadores – Campo e Cidade, em busca de um pedaço de chão para chamar de seu, ao descobrirem a origem daquela área, a ocupam e ali se instalam com a intenção de sensibilizar a Prefeitura para dar prosseguimento à função social de sua aquisição e ao invés de beneficiar servidores, pudesse ser a morada de outra camada de trabalhadores residentes na cidade.

Com a instalação dessas moradas no local, a Prefeitura se mobiliza, não para facilitar a vida dos que ali estavam, mas tornando o local um dos seus mais novos Distritos Industriais. Foi dado um jeito de levar para ali empreendedores e dar um jeito de remover os trabalhadores. Hoje, passado um ano e meio da ação, tem um barracão com algo ali funcionando e lá nos fundos uma Usina de Reciclagem de Material de Descarte. Nada mais. Na administração do prefeito Rodrigo a Prefeitura conseguiu a reintegração de posse da área, mas não a colocou em prática, talvez pensando na possibilidade de uma saída negociada. Nem coisa nem outra e o mandato expirou e Gazzetta assume o Executivo. Promessas foram feitas para os moradores do local e todos se sensibilizaram com a maneira generosa como o novo prefeito estava até então tratando a questão.

Os meses foram passando e logo após ter sido consumado pela Câmara de Vereadores a questão das APAs – Áreas de Proteção Ambiental e o prefeito ter conseguido seu intento de liberar uma imensa extensão de terra, antes impedida de desmatamento, parece que o acordo se rompeu e pela pressão recebida da elite bauruense, a intenção era dar prosseguimento à reintegração de posse. Isso foi levado ao Judiciário, mas este não quis retomar o caso, pois teria novamente a mesma decisão anteriormente já deflagrada. Foram taxativos com o prefeito, pois a decisão estava em suas mãos. Pressões ocorrem de ambos os lados, de um lado a elite que não quer trabalhador sendo assentado, nem que pague pelo terreno conseguido ou pelo financiamento de sua casa e do outro, o do trabalhador que só quer ter um pedaço de chão para morar.

Os dias passavam muito rápidos e o prefeito nem mais recebia as lideranças do movimento social, ambos num passado não tão distante, com certa proximidade, diante das promessas feitas para os trabalhadores de resolver tudo a contento. Hoje um novo capítulo e com a mediação do deputado federal Paulo Teixeira, do PT/SP. Este marca uma reunião para o período da manhã com o prefeito e na chegada, a Diretoria do MSLT sobe junto e participa da mesma. Estavam em aproximadamente quinze pessoas e do encontro, algo produtivo e alentador para os trabalhadores. Nada ainda no papel, mas novas promessas, a de prosseguir a intermediação entre as partes, visando uma solução definitiva para o imbróglio. Gravei parte da fala do deputado quando saiu da reunião e se dirigiu para o Estrela de David, onde ressaltou pontos da reunião e da esperança de que, desta vez, algo de concreto, ou uma passo a mais para resolver de vez o assunto. Cliquem no link a seguir e vejam o vídeo: https://www.facebook.com/henrique.perazzideaquino/videos/1882743858422281/.

A negociação que estava interrompida foi reaberta e isso é altamente positivo. Existe a possibilidade de ser mantido uma área para o tal Distrito Industrial de um lado e de outro a moradia dos trabalhadores. A conversa avançou e isso é saudável, salutar e enche de esperanças todos os envolvidos na questão. Não existe como criticar ninguém e se tudo for devidamente respeitado conforme acordado, todas as partes sairão ganhando e a cidade num todo, pois mais um grupo de trabalhadores sem teto para morar estarão abrigados numa área sua. Os próximos passos serão acompanhados com a devida atenção e posteriormente aqui comentados. Este algo de um dos tantos assentamentos e acampamentos instalados na área urbana e rural de Bauru e aguardando solução. Nada, como é sabido por todos, é conseguido sem luta, pressão, diálogo e tempo. Para este, esperamos tenha poucos próximos capítulos até a derradeira solução.


HPA - Bauru SP, 20h, 03/novembro/2017.

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