sábado, 24 de junho de 2017

DICAS (161)


SOLIDÁRIOS SINAIS DAS RUAS: A BANCA DA ILDA*
A BANCA HOJE PELA MANHÃ


* Deve sair em breve também na Tribuna do Leitor, do Jornal da Cidade:

A solidariedade se apresenta de forma deslumbrante aos nossos olhos. Os dos andares de baixo da escala social e seus exemplos para todos os demais são o que de mais intenso essa vida possui. A forma como conseguem resolver os percalços, as adversidades, as tais pedras no caminho é a mais límpida demonstração de que, nem tudo está definitivamente perdido. Quando o mundo se mostra de uma crueldade insana e doentia, exemplos pipocam entre os mais simples e renovam a esperança da solução estar tão perto de nossos olhos e nem assim muitos insistem em não tomar conhecimento.


Os exemplos existem aos borbotões. Cito somente um, fazendo com que tudo, todas e todos reflitam sobre como as ruas continuam sendo o grande e melhor reflexo das mais sábias decisões para com o destino dos claudicantes humanos sob a face da Terra. Pois bem, Ilda Viegas é jornaleira, tem duas bancas na cidade e uma delas, encravada no coração da Zona Sul, num dos lugares mais bucólicos desta Bauru Sem Limites, aos pés do seu bucólico e sempre único aeroporto, lá nos altos da avenida Pinheiro Brizola.
ESPEVITADA ILDA


Ali, a concretização da real possibilidade do congraçamento humano. Local de muito bate papo, um ainda possível debate de ideias e pensamentos variados e múltiplos. Vejo de tudo acontecendo nas beiradas desta banca. Sabiamente Ilda observa tudo ao seu modo e jeito. Uma danada, espevitada, lúcida, impávida e, também, calada e contida. Ela mais ouve que fala, mas quando fala, sempre ponderada, diz o necessário, o justo. Aquilo tudo propiciado por ela é simplesmente, numa simples comparação, um oásis dentro do caos de qualquer cidade. Transborda sinceridade e originalidade, algo tão em falta nos dias de hoje. É o que é e exatamente por causa disso, causa comoção no entorno.

É hoje uma espécie de mascote de tudo, todas e todos. Caiu nas graças dos remanescentes frequentadores de bancas de jornais e tudo o mais ainda pelas ruas. Os que não param para o papo e o diário cumprimento, buzinam, acenam, fazem sinais de fumaça. Pois bem, Ilda operou desses males acometendo mulheres maduras e está ausente de sua banca. O tempo mínimo de ausência é de um mês e sua preocupação era em não fechar as portas, pois suas contas continuam vencendo. Especulou das possibilidades e o resultado é o fruto de tudo o que plantou. Os amigos ali do dia a dia assumiram tudo e estão tentando manter o mesmo clima alegre e envolvente da proprietária.
DRI, A GERENTE


Ilda se recupera bem e inquieta, tenta se cuidar ao lado de seus cães. Na banca a gerente de tudo, outra alto astral, a Dri, abrindo a banca e indo para a outra, ao lado do Confiança Max. Na sequência chegam os amigos. De segunda a sexta, o bancário aposentado Roberto Maldonado fica nas manhãs e a tarde quem assume é a japonesa Elisa. Aos sábados e domingos, tudo fica a cargo do casal, Flávio, consultor de empresas na capital e sua noiva, Fabíola, trabalhando ali ao lado, na Cherry Signs. Na vigilância, os taxistas Dutra e Sidnei, espécie de cães de guarda do lugar. Na assessoria e área de comunicação a vizinha, quase parede meia com a banca, a artista plástica Viviane Mendes e na necessária assistência banheiristica, o Ico do Bar Aeroporto.

Todos cuidam de tudo, até do gato que mora embaixo da banca e de todos os cães de rua que ela alimenta. Ninguém pensa em receber nada, mas todos vicejam estampados nas faces, a alegria e algo do ensinamento plantado por essa periférica Ilda, que veio lá de longe, para plantar uma raizinha profunda de "paz e amor" bem no meio da região mais abastada da cidade, a da solidariedade humana. Só mesmo alguém como Ilda para juntar isso tudo e expor esse lado tão necessário de todos nós nos dias de hoje, a do compartilhar e do ser companheiro para ser feliz. Se alguém merece um título de Cidadã Bauruense esse alguém hoje é Ilda Viegas. Eu me derreto todo diante dela, do que faz, como faz, com quem faz e dos motivos de seu fazer.
OS NOIVOS FLÁVIO E FABÍOLA AOS FINAIS SEMANA
EU E ROBERTO MALDONADO SENDO ENTREVISTADOS DIANTE DA BANCA

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